Maxi Priest - Fields of Gold

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sendo assim, Já morei aí também.



O mesmo caminho todos os dias, o mesmo horário, as mesmas pessoas, a mesma casa, o mesmo cheiro, a mesma cadeira, o mesmo espelho. Era tudo tão cotidiano que passava despercebido, pois parecia sem importância e incapaz de provocar alguma admiração e/ou falta.
E de repente(explosão) todos os mesmos e mesmas se perdem e passam a compor uma saudade - esta sim gigante e perceptível, até demais – que nos traz o desejo de viver tudo de novo, até aquela placa que no caminho de casa fazia prestar atenção na sua combinação entre letras e cores, mas que não representava nada demais, hoje, aqui de longe – e que esse longe abranja calendários e rodovias – representa a falta de ter a certeza que depois de olhar algumas letras coloridas e virar na outra esquina, chegaria em casa.
Algum dia me disseram que a sua casa é aonde habita o seu coração, mas esqueceram de terminar dizendo que o seu coração é aonde habita a sua saudade. E quem sabe você não andou morando naquele porta retrato da sua estante?
B. Soares

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Vez em quando, não cabe em mim.

Não é fácil falar disso. Eu diria que lembrar é inevitável. Mas eu gosto de lembrar, gosto de mantê-lo vivo. Não era um contato diário e o apego não era tão grande. Mas a sensação de saber que existia, mesmo de longe,era gostosa, fazia bem. Lembro-me perfeitamente, do chochilo com a rede balançando, das unhas limpinhas e da pele bem cuidada. Quando comia, a comida ia até a boca lentamente, com as mãos um pouco tremulas, se sentava com a gente aos sábados. Andava a cidade inteira, passeando. Até dançar, ele dançava. Me deitei poucas vezes em seu colo, ele não dava muito espaço nem muito chance para isso, tinha as suas manias. Mas sequer uma vez eu me esqueci de pedir a bênção a ele, todas as vezes que o via. Ele respondia com a voz baixinha e com um semblante satisfeito. Sabia ser muito gentil e vez em quando meio frio, mas uma coisa que eu aprendi: ser integro sem que o humor interfira nisso.
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Não vou detalhar a sua partida, direi apenas que ainda ouço os seus últimos suspiros e a oração da minha avô na cabiceira da cama. Não faz muito tempo, e eu ainda não me acostumei com a idéia do: "Nunca mais". Não quero dizer que ainda não aceitei, quero dizer que "nunca" o subconsciente não entende, e que quando se tem saudade, ele entende que cedo ou tarde ela será saciada. Sinto saudade, da sensação de tranquilidade de vê-lo deitado na rede da vovó e de uma vez ou outra tomando café domingo depois da igreja. Sinto saudades de saber que você existia em carne e osso e de saber que estava ali, bastava. Era tão forte você. A vovó te adorava, vez em quando uma xatiação aqui e outra ali, mas sempre te cuidava com muito amor.
Todos os dias, em algum pedaço do meu dia, lá esta você me enchendo de saudade.
Você vive no meu coração, e que aperto você me faz sentir as vezes. Acho que você continua a crescer nele.
J.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Parabénszinho :)



Quando me diziam que tamanho não é documento, achava que não passava de um senso comum pra justificar uma diferença entre “alguéns”. Mas hoje, eu percebo que não se mede nada por possuir tamanho desigual.
Percebo por um nome tão pequenininho para uma pessoa tão pequenininha que tem a importância e faz uma diferença ENORME.
Sempre no seu sorriso rosinha que parece ter tirado lá do cantinho do arco – íris, ela chega quietinha, mas sabe se que ela está ali, e isso basta.
Com as suas piadinhas, que até conseguem arrancar algumas risadinhas, ela vai enchendo o ambiente no qual se encontra.
Comenta também suas musiquinhas, que de tão bonitinhas, chega – se a quase arrancar alguma tristezinha quando se ouve.
Mas como tristeza não combina com você, paro esse comentário por aqui.
E tudo assim, pequenininho, no diminutivozinho pra tentar representar nem que seja um pouquinho esse sentimentozinho que jamais se incluirá nos diminutivos por que ele só cresce, cada vez mais. E já que não existe: eu amozão vocêzinha, invento agora, só pra você,
Parabéns Mayllinha.
Te amozão, ♥
Bárbara S.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Quem?

Explico, digo novamente, se preciso até desenho. Soletro um nome de sete letras. Volto atrás, mudo de opinião, mas a palavra certa me foge a boca. Então deixo pra depois. Retorno e procuro a solução que não se encontra em nenhum lugar. Mas mesmo assim sigo em frente, talvez um dia eu saiba. Não se encaixa no bonito e é mais nobre do que o feio. Talvez o constante não saber ou a resposta que muda a cada instante...
É tudo que ocorre quando alguém dirige a simples e devastadora pergunta: Quem é você?

Bárbara S.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Caçadores, lobos e eu, 14 anos.

A diferença é que agora, é indiferente. O problema ainda maior é que agora da vontade de cuspir, da nojo. De repente, os caçadores contraditórios que viram lobos, que ora caçam, ora são vítimas maldosas, fantasiam armadilhas de paz. Nem mais a falta de educação dos menos favorecidos, consegue ser tão escura para esconder que, faz tempo que as coisas andam fora do lugar. As vendas começaram a ser arrancadas pelo cansaço, calos nos pés. As musicas ao ar livre, o dia inteiro, todos os dias não agradam, não divertem, divulgam o que ninguém quer ouvir. Nas rodinhas em uma mesa de bar, lamento. Em todos os lugares, esquinas e edifícios, cabeça baixa, porque se olhar para cima não acha, não encontra. O que incomoda é não querer o início mais uma vez. O que incomoda é não saber fazer outra vez. O fardo é algo que nem pesa, que não se tem, foi tudo para algum lugar, alguns dizem que foi para um local grande, bonito e com ar-condicionado. As vezes acho que esquecem de abrir as janelas, de olhar um pouco mais adiante.
E sem carro, sapatos, roupas, comida, cama, remédios, andamos até lá para o terno e a gravata sentar. Parar.
O meu professor disse que a culpa é da historia.
Mas, permita-me: quem faz a historia?
J.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Eu não sou a forma.



Vou me transformar em abstrato.
Tomar a forma que quiser e estar aonde entender que seja melhor. Fazer sentido apenas para mim, ou não ter sentido algum. Serei onipresente, criarei asas e que a onisciência passe longe de mim, pois a grande graça está no não saber. E assim ser a minha intérprete principal.
Enquanto isso não se torna real, continuo aqui, lá.. não no lugar aonde quero mas no qual eu tenho que estar.
B. Soares.

sábado, 26 de julho de 2008

novamente.. J&M.

Já que as melhores coisas são tomadas de nós em uma velocidade superior a de qualquer cometa, resolvi que vou continuar com o blog aqui :} E todo esse cansaço não será maior do que a vontade de transmitir pelas palavras todos esses sentimentos indescritíveis. A cada novo acontecimento, me lembrarei das minhas jujubas, e a cada inspiração prometo já enxergar o branquinho dos marshmallows, por que é a partir de cada palavra que se constrói a novidade, que se relembra o antes ou se descreve o agora. Escrever é uma mágica na qual o único truque é saber que não existe nenhum, aonde é permitido abusos da imaginação e euforias pelo simples fato de transcrever aquilo que se ama.
Bárbara S.

domingo, 6 de julho de 2008

Vem, vamos virar estrela.

Eu quero virar estrela, pra poder ver o mar lá de cima,
ficar invisível quando o sol acordar e se balançar na lua
todos dos dias.
Não quer vir comigo? Podemos sentar em uma nuvem de vez quando e molhar os pés no mar. Ah! Tem também aquela janela que dá para enxergar os seus olhos, e com ela vai poder matar a saudade deles quando se cansar dos meus. Venha comigo, assim sorrindo.

J.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Aqui, no vácuo.

Saudades de mim.
Há dias que não me encontro. Nem na farmácia fazendo um curativo, nem no hospital procurando a cura para uma gota que veio do mar para os meus olhos.
Ando distante. Fui para a lua, voei em um cometa, tirei férias.
E por sorte, o meu coração aqui no vácuo não responde aos meus chamados.
J.

domingo, 22 de junho de 2008

Vazio..


Não passa, mesmo que seja amenizado não passa. A vontade de ter de novo aquele rosto e aquela presença perto, bem pertinho. Mas quando estava aqui tão perto não se foi capaz de enxergá-la, pois a certeza de que nunca iria partir vendava nossos olhos. E de repente o que se fazia claro vira escuridão, uma escuridão sem fim que vem junto a dor da perca, e a certeza que não voltará nunca, jamais. E então surgem tantas declarações de amor, tantas vezes são repetidos os juramentos de amor e amizade, e grita-se para o mundo o quanto aquele era importante pra que a vida continuasse e fizesse sentido. Aquele amigo que nunca tinha tempo para um pequeno telefonema agora arruma tempo pra ir na ultima despedida, e passa ali a madrugada chorando a perca de alguém tão amado. Os perfis se enchem de homenagens, álbuns com muitas fotos e recados emocionantes e amorosos. Será que só agora, quando não existe mais a possibilidade dessa pessoa tão amada ver é que devem ser feitas as homenagens? E tantos álbuns, depoimentos e declarações de amor que antes tomavam um tempo impossível agora são feitos tão facilmente.
Até quando as maiores demonstrações de amor deverão vir acompanhadas da palavra LUTO?
A dor da perca é irreversível, já a sua vontade de falar agora pra ele(a) tudo que você quiser não.. se ainda tiver tempo.
Bárbara S.

domingo, 15 de junho de 2008

Alô?


Olhava para o telefone, como quem olha para um filho voltando para casa. Peguei algumas almofadas e me acomodei, de forma que não percebesse que estava deitada ao chão. De repente e de forma esperada, o telefone treme dando o sinal de que eu estava mais próxima do que nunca de poder esquecer um pouco a distância, de poder ouvir por alguns instantes o que me faz tanta falta... E foi do jeitinho que eu precisava. O timbre de sua voz era perfeito, como de costume. E os assuntos mais banais eram os mais agradáveis. Aquela sensação gostosa de que o meu finalzinho do dia, tinha feito do meu dia inteiro, um dia diferente, um dia mais gratificante, uma vontade de viver mais! Com algumas musicas no fundo, você ia colocando a sua voz por cima delas, como se estivesse cantando pra mim dormir, e eu até conseguia enxergar você me dando boa noite, acariciando os meus cabelos. E eu conseguia completar o que faltava a cada palavrinha cantada por você, conseguia reconstituir em minha mente cada parte do seu sorriso. E te ouvir, segurando em minhas mãos um aparelho, era tão bom, que a minha sexta-feira treze ficou coberta de estrelas, de mar, de céu. A única certeza que eu tinha, era que eu não queria que acabasse, que você se distanciasse mais de mim, que você sumisse de vez. Eu queria continuar ouvindo o barulho da sua casa, da sua rua, do botão de espera. Eu queria continuar te ouvindo. Mas, de forma tão inesperada, enquanto você cantava para mim, ouvi você dizendo boa noite, se despedindo e, "tutututu". Fiquei parada alguns instantes olhando para o telefone, lembrando cada minuto da nossa conversa. E novamente, lá estava eu, incompleta. A saudade da realidade, a saudade de alguns meses atrás ficou ainda maior. Te ouvir, é simplesmente a coisa mais graciosa que eu já experimentei.

(Para você que acaba de ler o texto, foi o meu irmão, que acabara de me ligar do Japão.)

J.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Inoportuno tão esperado.


Dois caminhos que se cruzam sem nenhuma pretensão de ser um só, o norte com o sul, o feio com o bonito, tudo se funde e vira o tão simples e complexo amor. Um olhar que antes caminhava disperso entre tantas pessoas coisas e futilidades agora paralisa naquela imagem, só aquela imagem. De onde saiu tanta perfeição que é capaz de se reconhecer no primeiro contato, mesmo sendo este de longe, bem de longe, apenas em uma rápida troca de olhares que agora não caminham mais sem direção, eles acabaram de encontrar o mapa que faltava para completarem o seu caminho. E depois aquela dúvida, quem era, como se chama, será recíproco? Não se importe que passa.. NÃO, não passa, mesmo tentando seguir por outra direção o seu guia {se quiser pode chamá-lo de coração} te levará de volta à trilha dos pensamentos confusos, dos batimentos acelerados, dos sorrisos bobos e suposições mil. E aí você já estará perdido, sem se recordar do caminho de volta, apenas vendo uma enorme estrada a ser percorrida a sua frente, que fica bem mais prazerosa e divertida com uma outra mão na sua e a razão de toda essa mudança caminhando do seu lado. E ao se ter essa companhia você é forte pra enfrentar o mundo se preciso e grande o suficiente para tocar a lua. Apenas não se deve cometer o grave equivoco de esquecer de que o tempo voa e não te deixa escolhas, e que não existirão fotos, cartas, recordações que proporcionarão o mesmo de se estar acompanhado de quem se quer na hora que quiser e onde achar melhor, aproveite.. aquele dia não volta mais.
Não tenha medo de gritar eu te amo’s e sim de não poder dize-los.

Que venham 12/junho’s, amores, eu te amo’s, suspiros e abraços todos os dias mesmo sendo pela mesma pessoa de sempre!



Feliz dia dos namorados!


- Bárbara S.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Aquiete-se coração!

As vezes tem vontade de chorar, de sair correndo, sentir um pouco do vento que sopra as folhas das árvores. Uma dúvida, se é sonhoou se é amor. O pesadelo anda rondando o meu sono, mas ainda não conseguiu adentrá-lo. Não sei bem o que ele quer, ora quer barulho, ora quer silêncio, calma e casa. E eu, um pouco distraida, vou obedecendo como se aquilo me orientasse, me instruisse a andar pela vida. Seguindo-o eu não consigo achar o norte. Vivo me perdendo por leste e oeste, e como se não bastasse lá voueu caminhar pelo sul mais uma vez. Isso é o coração, o meu instrutor, o meu guia. Ele passeia por aí como se estivesse tonto, atrás de algum lugar para se escorar, para se aquietar, procurando uma sombra, mas o sol anda escaldantee o cansaço vem aos poucos. Então, cansada desse cansaço sem sentido, sem necessidade, resolvi orientar o meu coração.Mandei ele olhar para frente, não ter tanta pressa, não ficar tão exasperado criando espectativas e não ficar procurando se aquecer emoutro, perdido como ele. Disse também, para ele se contentar com o bater acelerado das entregas de provas, das broncas porchegar tarde em casa, com um abraço amigo e com um susto engraçado. Quero que o meu coração agora, tenha sede de aventuras, de emoções, de amigos e superação. Vou deixar esse tal sentimento esquisito que faz chorar que faz sorrir, que faz do mundo uma bola de algodão, um pouco de fora, vou deixá-lo do lado de lá e eu fico desse lado de cá. E que ele não bata à porta, não por agora. Por enquanto, o meu coração atrevido e insolente vai ficar em casa e se aquietar em sua própria sombra sem sentir falta de uma árvore para se escorar. O meu coração vai descansar!
J. Figueiredo

sábado, 31 de maio de 2008

Sorrisos! :)


Cosquinhas no coração e uma vontade enorme de mostrar ao restante do mundo tamanha felicidade, e isso se faz sem nenhum ruído com o intuito de chamar atenção ou avisos escritos com mensagens de alegria.
Essa transmissão acontece na simples e prazerosa ação de sorrir.
Sorria, sorria e sorria, mesmo que os seus problemas lhe dêem razões suficientes para chorar eles não merecem lágrimas. Mostre que é mais forte do que qualquer situação que tenha a petulância de querer te deixar triste.
Um sorriso encanta, ilumina, conquista. Um, não muitos, mas apenas um pode mudar destinos e pessoas.
SORRIA, não perca tempo! (:
, Bárbara

terça-feira, 27 de maio de 2008

Não fique triste menina.

Não fique triste menina.
Ainda existe, agora um pouco fraco e distante, mas ainda existe. Tem de se acostumar, as vezes ele costuma sumir e você pode fechar os olhos quando isso acontecer.
Não, não chore. Abrace o seu coraçãozinho, para que ele não sinta frio. Expulse esse sentimento de busca, não crie a ausência em uma tarde nublada de domingo, deixa ser, esquecer.
Não assista a um abraço sentindo falta dos inúmeros abraços que costumavam te fazer voar. Então pegue um avião, um balão ou sente numa nuvem. Não se esqueça menina de continuar a sonhar.
Em algum momento vão se esbarrar, as cores desbotadas, desfeadas vão se acabar.
E você, que se achava triste, contente dirá: o amor de volta está.


J. Figueiredo

quarta-feira, 21 de maio de 2008

DIS T Â N C IA.

De tantas coisas que me chamam atenção, as quais eu classifico como importantes, eu encontrei lá no fundo uma que é responsável por MUITOS questionamentos e discussões comigo mesma, A Distância. Distância essa que poderia receber tantos outros nomes, e qualquer que fossem teriam o mesmo poder de mudar vidas, fortalecer ou até destruir sentimentos e trazer um vazio imenso que tem início no Di.. mas não termina com o a, aliás, um vazio que mesmo usando o conjunto de todos os alfabetos existentes não terá fim em letra alguma, vai além, muito além.
Distância s-e-p-a-r-a, não de um jeito carinhoso, mas de um jeito bruto, rude aonde não deixa nenhuma condição de defesa para quem a sofre. Seria ela um crime cruel? Um assassinato de abraços, olhares e sorrisos? Ou uma arma contra aqueles encontros do fim de tarde onde não há nada mais a fazer a não ser fazer nada? Todos esses? Distância não possui significado, apenas saudade, tristeza e lembranças. Mas dentre todos esses existe um que parece não fazer tão mal, a esperança e a espera do reencontro, aonde o tempo vai parar por alguns segundos ao ver que ali não existe mais distância, até o momento que deveria não chegar, mas insiste em ser inconveniente e sempre vem, a despedida. E que cada despedida seja um recomeço não distante, mas esperançoso até o próximo tão esperado estar perto.
, Bárbara Soares.

domingo, 4 de maio de 2008

"Me abraça pelo espaço de um instante"


As estrelas parecem fogos de artifício. O sol ultrapassa as lentes dos óculos escuros. Um saltitar estranho começa. O frio e o calor vão se misturando. O corpo inteiro se divide. O chão vira algodão. O cenário perde o som, a velocidade. Tudo colorido. O horizonte perde o fim. Imagina-se mar e céu. A lua chega mais perto. Bolsas caem ao chão. Tem gosto de nutella. Cheirinho de chuva. Indivisível. Transparente. Inocente. Gelado. Quente. Primavera. Outono. Sininhos. Um, dois ou três segundos. Uma, duas ou três horas. Começo, meio e um não desejado fim...
Abraço, abraço, abraço.
Tudo isso quando eu te abraço!
Joana Figueiredo.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Musicas, um espelho e enfim, elásticos.

Estava cantando hoje em frente ao espelho. Cantando não, tremendo as minhas cordas vocais de forma tão desordenada que só o meu reflexo conseguia ouvir alegremente. O espelho não falava, não tremia, nem sequer se cansava, ele simplesmente me oferecia a imagem do que eu não consigo ver com frequência. Podia vê-la, decifra-la como nunca tinha feito antes. A minha alma estava lá, despida para que eu pudesse adentrar no seu mundo invisível, cheio de elásticos. O elástico não era imóvel, se movia de acordo com as notas musicais que soavam ao longe, o que eu quero dizer é que, ele se movia de acordo como que eu estava disposta a ouvir, a viver e a sentir naquele dia, naquela hora. Podia mover-se pra cima, de forma espontânea, fazendo esboçar em meu rosto um sincero e limpo sorriso. Ou podia simplesmente se curvar pouco a pouco para baixo, fazendo do meu rosto uma casa aconchegante para um certo desânimo traiçoeiro. Então, resolvi aumentar o som e pular com vontade de tocar o céu, para que eu não perdesse a imagem que refletia no meu espelho. Eu podia ver que havia sorrisos,entusiasmo, euforia e finalmente o elástico parecia estar para cima, a meu favor. Ou melhor, eu o tinha deixado agir ao meu favor. Obrigado musica. Obrigada espelho.
Joana Figueiredo.

A Minha Viagem

Ilusões me permitem sonhar, e sonhos me remetem a ilusões. Se sonhos são uma ponte encantada para que possamos chegar ao mundo ilusitório, sou a passageira numero 1 desse caminho, sem saber ao certo qual lado prefiro me encontrar. O meu lado racional parece não concordar com esse trajeto muito perigoso. Porém, ao iniciar essa viagem que para em suas varias escalas pelos sentimentos, encontro coragem e não tenho medo de chegar. Ao chegar a meu destino, me perco entre tantas ilusões e cometo o equívoco de acreditar que elas poderão voltar de mãos dadas comigo pela ponte e habitar o meu mundo, aquele que vejo e vivo todos os dias. No fim da visita, no momento de partir tento trazê-las comigo, mas elas me dizem que não sobreviveriam ao outro lado, pois são ilusões, e precisam de pessoas com a coragem de atravessar essa ponte encantada dos sonhos para que possam existir, do outro lado não teriam importância. Me despeço então, deixo algumas lágrimas e sorrisos como lembrança e prometo voltar, assim que a minha ponte, biologicamente falando, me permitir. Atravesso, chego ao outro lado, me encontro com a minha real vida, ajeito o meu travesseiro, prometo que o dia de amanhã será melhor, fecho os olhos com a consciência de tenho que parar com essa viagem perigosa, porém sem os meus sonhos eu não levantaria da cama diariamente com a grande convicção que irei realizá-los e se por acaso ao final do dia perceber que novamente não consegui, durmo para que possa chegar mais rápido a minha seguinte oportunidade.

Bárbara Soares.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Limpe sua lixeira, ou melhor, não deixe que ela se encha!

"Faça uma lista de grandes amigos, quem você mais via a 10 anos atrás, quantos você ainda vê todo dia, quantos você já não encontra mais ?/ Faça uma lista dos sonhos que tinha, quantos você desistiu de sonhar ?/ Quantos amores jurados pra sempre, quantos você conseguiu preservar?/ Quantos amigos você jogou fora?" (...) - O. Montenegro

Isso foi numa noite escura de terça-feira, quando eu resolvi selecionar alguns dos questionamentos que O. Montenegro traz na musica "A lista", e quando fui tentar responde-los as memórias que eu tinha estavam morando em um orgão encefálico que esquecem de mencionar nas aulas de Biologia: Lixeira do que está perdido. E nessa lixeira eu comecei a encontrar as migalhas dos meus grandes amigos e amores, dos meus sonhos antigos.. e foi só o que encontrei: migalhas, e nada mais. Essa saudade de migalhas que um dia já foram concretas, completas e muito bem cuidadas, começou a transbordar pelos meus olhos, e fui rapidamente ao telefone e ao correio, mas os meus contatos do passado estavam apagados na memória, e por mais que eu tentasse não conseguia reescreve-los. O escuro da noite, começou a entrar no meu quarto fazendo ficar mais notável ainda que a luz que existia à algum tempo atrás tinha se apagado, não me deixando ter de novo o que hoje, eu não conseguia lembrar. O que eu estava sentindo não era saudade, era a sensação de perda. Como se eu jogasse tudo fora sem notar que o vento lá fora despedaçaria as imagens que eu guardava na memória, e talvez quando eu sentisse necessidade os pedacinhos que tivessem sobrado não poderiam ser colados,para que eu revivesse o que eu não soube cuidar.
E agora eu quero, e quero com todo o cuidado do mundo que no futuro eu saiba armazenar as imagens do meu presente, para quando surgir outros questionamentos envolvendo um passado que não deveria ter sido jogado fora, eu conseguir responde-los sem saudade transbordando os meus olhos. E que eu saiba lidar com essas imagens, não as deixando tomar conta do meu futuro presente. E que nunca mais a minha lixeira fique cheia.
As minhas lembranças agora, não serão só pedaços de fotografias e restos de cartas, serão inteiras e coloridas.
Joana Figueiredo.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O espelho do meu tempo.

Olhando pro passado, eu vejo tanto futuro. Vejo tanta coisa que ainda preciso consertar. Tantos erros que se mostram como espelho, pelos quais eu vivo o passado no AGORA, no meu presente. "Presente: Que está no lugar de que se fala; Que está no tempo atual; Dádiva, mimo." Não sei definir ao certo se meu presente se encaixa em algum desses termos ou se caminha vago entre o significado das palavras, o que sei ao certo é que o meu presente é tão meu e ao mesmo tempo tão comunitário. E a única certeza a que me permito ter é a de que definições entre passado, hoje, ontem, amanhã, agora ou depois foram criadas para que possamos aproveitar cada um deles, e vivê-los com a consciência de que não voltarão nunca. Podem até ser relembrados, mas sempre faltará um detalhe, aquela hora foi aquela hora e só, e vai ser sempre aquela hora.
Ao sermos refletidos nesse espelho entre passado e presente, nós vemos perdidos em um labirinto de contradições aonde sonhos que nos pareciam tão importantes e que juravamos nunca desistir foram abandonados e viraram somente sonhos não realizados. Amores que pareciam tomar conta de todo o nosso ser e que nos tiravam o sono viraram apenas amores não correspondidos ou sem importância.
Ao observarmos o presente que nos reflete ao passado nos vemos em meio a essa ebulição de lembranças, obrigações, arrependimentos e decepções, enquanto nossos interessem mudam de rumo, os olhos começam a brilhar por fatos novos, pessoas novas, e aqueles ou aquilo vão ficando para trás, ficam para trás, perdem o nosso total interesse mas não serão jamais esquecidos, pois ficarão guardados na nossa caixinha de recordações mais bonita e bem cuidada, onde podemos voltar sempre que precisamos relembrar algo, e se acaso algumas lágrimas teimarem em descer no momento de consulta a essa caixinha, não se aflinga, pois todo o ser, mesmo este se dizendo o mais insensível da face da terra possui e usufrui dessa caixinha de recordações pela qual denominamos: PASSADO.
Bárbara Soares.

sábado, 26 de abril de 2008

Que os olhos se abram.

Tá criando teia e já está muito empoeirado esse meu discurso de que a realidade me enclausura numa vida monótona, sem cor, sem cheiro de sonho. Na verdade esse meu discurso empoeirado é um escudo para não abrir os olhos e não deixar que nada me tire dessa vida ilusória cor de tudo e repleta de sonhos, mas ele tá ficando velho, a armadura do meu escudo não aguenta mais os questionamentos da vida que chamamos de real. Então eu quero algo novo, que preencha a minha vida imaginária durante o dia, porque a noite eu me permito sonhar, pensar e acreditar no que eu quiser. Que o mundo tenha piedade e me apresente uma nova expressão, uma musica que esconda a imaginação e acalente o meu coração, que dirija o meu olhar somente para aquilo que exista, para aquilo que posso sentir não com os olhos mas sentir com as mãos, com o corpo. Eu preciso me despedir de onde me escondo, e adentrar num lugar que as emoções vão acontecer e serão seguidas de consequências, num lugar onde cada suspiro e palavra dita a um minuto atrás, ficou realmente pra trás e além de serem lembrados, nada pode ser feito com eles. E assim será o meu dia. Será de verdade, de toques, e o passado substituído pelo presente. E quando eu me jogar no travesseiro, vou voltar para o meu refúgio, para um lugar só meu, com cor de tudo e cheio de sonhos, sem me esquecer, que quando amanhecer, o encanto inexistente que vem escrito nas estrelas é menor que a luz que indica o início do meu dia real. Não vou fechar os olhos, e vou não ter medo da realidade, vou ter mais medo de ficar preso num lugar que só eu vejo.
Joana Figueiredo.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Que sejam molinhos, mas de açucar.

Estávamos conversando hoje, sobre essa saturação de faltas. Não somente ausências, mas tantas faltas, aquele cheiro de café, aquele perfume antigo guardado no canto do armário ou até mesmo aquela pulseira que já foi tão usada e hoje é apenas mais uma pulseira. E esse exagero de faltas toma um espaço que poderia, mas nunca nos falta. Queria mesmo é um coração de jujuba, docinho e colorido, mas o meu se assemelha mais à marchmallows, branco, as vezes até colorido, mas tão molinho. Posso confessar, o que eu queria mesmo era um coração de jujuba.

Bárbara Soares.

O (nosso) início repentino.

Teve o nome de: "Uma proposta irrecusável". E a proposta claro, aceita. Primeiro de tudo, o entusiasmo incontrolável de começar logo! E assim o nome. Horizonte, Sol, lua, oceamar e até volume único surgiu como opção numa conversa de msn.Mas tinha que chamar atenção, ser fofo e tudo mais. Até que cores e o açúcar veio a minha cabeça, e do outro lado da tela, surgiu algo branquinho, macio e gostoso. As dúvidas desapareceram e ficou no lugar: (muitas) Jujubas e Marchmallows. O sorriso cresceu uns cinco centímetros, e começou os cadastros, a escolha do modelo, o fundo, as imagens.. Deixamos Matemática e química pra lá, e ficamos orgulhosas da nossa tão fofa escolha. E assim lá ele ficou, como se olhasse para nós pediindo mais, sempre mais. E com tudo pronto, prometemos em silêncio encher as nossas jujubas e marshmallows com muita poesia, musicas e emoções escritas em amarelo, rosa e vermelho misturado com branco. E que não mude, seja desse jeito, do nosso jeito, sempre!
Joana Figueiredo.