Maxi Priest - Fields of Gold

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Limpe sua lixeira, ou melhor, não deixe que ela se encha!

"Faça uma lista de grandes amigos, quem você mais via a 10 anos atrás, quantos você ainda vê todo dia, quantos você já não encontra mais ?/ Faça uma lista dos sonhos que tinha, quantos você desistiu de sonhar ?/ Quantos amores jurados pra sempre, quantos você conseguiu preservar?/ Quantos amigos você jogou fora?" (...) - O. Montenegro

Isso foi numa noite escura de terça-feira, quando eu resolvi selecionar alguns dos questionamentos que O. Montenegro traz na musica "A lista", e quando fui tentar responde-los as memórias que eu tinha estavam morando em um orgão encefálico que esquecem de mencionar nas aulas de Biologia: Lixeira do que está perdido. E nessa lixeira eu comecei a encontrar as migalhas dos meus grandes amigos e amores, dos meus sonhos antigos.. e foi só o que encontrei: migalhas, e nada mais. Essa saudade de migalhas que um dia já foram concretas, completas e muito bem cuidadas, começou a transbordar pelos meus olhos, e fui rapidamente ao telefone e ao correio, mas os meus contatos do passado estavam apagados na memória, e por mais que eu tentasse não conseguia reescreve-los. O escuro da noite, começou a entrar no meu quarto fazendo ficar mais notável ainda que a luz que existia à algum tempo atrás tinha se apagado, não me deixando ter de novo o que hoje, eu não conseguia lembrar. O que eu estava sentindo não era saudade, era a sensação de perda. Como se eu jogasse tudo fora sem notar que o vento lá fora despedaçaria as imagens que eu guardava na memória, e talvez quando eu sentisse necessidade os pedacinhos que tivessem sobrado não poderiam ser colados,para que eu revivesse o que eu não soube cuidar.
E agora eu quero, e quero com todo o cuidado do mundo que no futuro eu saiba armazenar as imagens do meu presente, para quando surgir outros questionamentos envolvendo um passado que não deveria ter sido jogado fora, eu conseguir responde-los sem saudade transbordando os meus olhos. E que eu saiba lidar com essas imagens, não as deixando tomar conta do meu futuro presente. E que nunca mais a minha lixeira fique cheia.
As minhas lembranças agora, não serão só pedaços de fotografias e restos de cartas, serão inteiras e coloridas.
Joana Figueiredo.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O espelho do meu tempo.

Olhando pro passado, eu vejo tanto futuro. Vejo tanta coisa que ainda preciso consertar. Tantos erros que se mostram como espelho, pelos quais eu vivo o passado no AGORA, no meu presente. "Presente: Que está no lugar de que se fala; Que está no tempo atual; Dádiva, mimo." Não sei definir ao certo se meu presente se encaixa em algum desses termos ou se caminha vago entre o significado das palavras, o que sei ao certo é que o meu presente é tão meu e ao mesmo tempo tão comunitário. E a única certeza a que me permito ter é a de que definições entre passado, hoje, ontem, amanhã, agora ou depois foram criadas para que possamos aproveitar cada um deles, e vivê-los com a consciência de que não voltarão nunca. Podem até ser relembrados, mas sempre faltará um detalhe, aquela hora foi aquela hora e só, e vai ser sempre aquela hora.
Ao sermos refletidos nesse espelho entre passado e presente, nós vemos perdidos em um labirinto de contradições aonde sonhos que nos pareciam tão importantes e que juravamos nunca desistir foram abandonados e viraram somente sonhos não realizados. Amores que pareciam tomar conta de todo o nosso ser e que nos tiravam o sono viraram apenas amores não correspondidos ou sem importância.
Ao observarmos o presente que nos reflete ao passado nos vemos em meio a essa ebulição de lembranças, obrigações, arrependimentos e decepções, enquanto nossos interessem mudam de rumo, os olhos começam a brilhar por fatos novos, pessoas novas, e aqueles ou aquilo vão ficando para trás, ficam para trás, perdem o nosso total interesse mas não serão jamais esquecidos, pois ficarão guardados na nossa caixinha de recordações mais bonita e bem cuidada, onde podemos voltar sempre que precisamos relembrar algo, e se acaso algumas lágrimas teimarem em descer no momento de consulta a essa caixinha, não se aflinga, pois todo o ser, mesmo este se dizendo o mais insensível da face da terra possui e usufrui dessa caixinha de recordações pela qual denominamos: PASSADO.
Bárbara Soares.

sábado, 26 de abril de 2008

Que os olhos se abram.

Tá criando teia e já está muito empoeirado esse meu discurso de que a realidade me enclausura numa vida monótona, sem cor, sem cheiro de sonho. Na verdade esse meu discurso empoeirado é um escudo para não abrir os olhos e não deixar que nada me tire dessa vida ilusória cor de tudo e repleta de sonhos, mas ele tá ficando velho, a armadura do meu escudo não aguenta mais os questionamentos da vida que chamamos de real. Então eu quero algo novo, que preencha a minha vida imaginária durante o dia, porque a noite eu me permito sonhar, pensar e acreditar no que eu quiser. Que o mundo tenha piedade e me apresente uma nova expressão, uma musica que esconda a imaginação e acalente o meu coração, que dirija o meu olhar somente para aquilo que exista, para aquilo que posso sentir não com os olhos mas sentir com as mãos, com o corpo. Eu preciso me despedir de onde me escondo, e adentrar num lugar que as emoções vão acontecer e serão seguidas de consequências, num lugar onde cada suspiro e palavra dita a um minuto atrás, ficou realmente pra trás e além de serem lembrados, nada pode ser feito com eles. E assim será o meu dia. Será de verdade, de toques, e o passado substituído pelo presente. E quando eu me jogar no travesseiro, vou voltar para o meu refúgio, para um lugar só meu, com cor de tudo e cheio de sonhos, sem me esquecer, que quando amanhecer, o encanto inexistente que vem escrito nas estrelas é menor que a luz que indica o início do meu dia real. Não vou fechar os olhos, e vou não ter medo da realidade, vou ter mais medo de ficar preso num lugar que só eu vejo.
Joana Figueiredo.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Que sejam molinhos, mas de açucar.

Estávamos conversando hoje, sobre essa saturação de faltas. Não somente ausências, mas tantas faltas, aquele cheiro de café, aquele perfume antigo guardado no canto do armário ou até mesmo aquela pulseira que já foi tão usada e hoje é apenas mais uma pulseira. E esse exagero de faltas toma um espaço que poderia, mas nunca nos falta. Queria mesmo é um coração de jujuba, docinho e colorido, mas o meu se assemelha mais à marchmallows, branco, as vezes até colorido, mas tão molinho. Posso confessar, o que eu queria mesmo era um coração de jujuba.

Bárbara Soares.

O (nosso) início repentino.

Teve o nome de: "Uma proposta irrecusável". E a proposta claro, aceita. Primeiro de tudo, o entusiasmo incontrolável de começar logo! E assim o nome. Horizonte, Sol, lua, oceamar e até volume único surgiu como opção numa conversa de msn.Mas tinha que chamar atenção, ser fofo e tudo mais. Até que cores e o açúcar veio a minha cabeça, e do outro lado da tela, surgiu algo branquinho, macio e gostoso. As dúvidas desapareceram e ficou no lugar: (muitas) Jujubas e Marchmallows. O sorriso cresceu uns cinco centímetros, e começou os cadastros, a escolha do modelo, o fundo, as imagens.. Deixamos Matemática e química pra lá, e ficamos orgulhosas da nossa tão fofa escolha. E assim lá ele ficou, como se olhasse para nós pediindo mais, sempre mais. E com tudo pronto, prometemos em silêncio encher as nossas jujubas e marshmallows com muita poesia, musicas e emoções escritas em amarelo, rosa e vermelho misturado com branco. E que não mude, seja desse jeito, do nosso jeito, sempre!
Joana Figueiredo.