Maxi Priest - Fields of Gold

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Vez em quando, não cabe em mim.

Não é fácil falar disso. Eu diria que lembrar é inevitável. Mas eu gosto de lembrar, gosto de mantê-lo vivo. Não era um contato diário e o apego não era tão grande. Mas a sensação de saber que existia, mesmo de longe,era gostosa, fazia bem. Lembro-me perfeitamente, do chochilo com a rede balançando, das unhas limpinhas e da pele bem cuidada. Quando comia, a comida ia até a boca lentamente, com as mãos um pouco tremulas, se sentava com a gente aos sábados. Andava a cidade inteira, passeando. Até dançar, ele dançava. Me deitei poucas vezes em seu colo, ele não dava muito espaço nem muito chance para isso, tinha as suas manias. Mas sequer uma vez eu me esqueci de pedir a bênção a ele, todas as vezes que o via. Ele respondia com a voz baixinha e com um semblante satisfeito. Sabia ser muito gentil e vez em quando meio frio, mas uma coisa que eu aprendi: ser integro sem que o humor interfira nisso.
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Não vou detalhar a sua partida, direi apenas que ainda ouço os seus últimos suspiros e a oração da minha avô na cabiceira da cama. Não faz muito tempo, e eu ainda não me acostumei com a idéia do: "Nunca mais". Não quero dizer que ainda não aceitei, quero dizer que "nunca" o subconsciente não entende, e que quando se tem saudade, ele entende que cedo ou tarde ela será saciada. Sinto saudade, da sensação de tranquilidade de vê-lo deitado na rede da vovó e de uma vez ou outra tomando café domingo depois da igreja. Sinto saudades de saber que você existia em carne e osso e de saber que estava ali, bastava. Era tão forte você. A vovó te adorava, vez em quando uma xatiação aqui e outra ali, mas sempre te cuidava com muito amor.
Todos os dias, em algum pedaço do meu dia, lá esta você me enchendo de saudade.
Você vive no meu coração, e que aperto você me faz sentir as vezes. Acho que você continua a crescer nele.
J.

4 comentários:

Dhe Cruz + Laís Rios disse...

Não consegui não me emocionar, cara muito lindo joka, é imprecionante a forma como você fala dele, é ótimo lembrar os momentos bons que vivemos com pessoas que não estão mais presentes no nosso dia-a-dia, ou melhor, podem não estar presentes em carne e osso, mas no coração e no pensamento concerteza estará sempre. Apenas toma cuidado pra não acabar se machucando tá? te amo demais, mesmo!

Felipe Oliveira disse...

JÔ!! Úh, eu sempre imaginei q vc deveria ter um blog... desde a época do curso... Até porque vc vai fazer jornalismo néh!? Massa!

Saudades de vc Jô!

Agora num dá pra mim ler seus textos, mas vou ler e depois comento blz?

óh o meu: felipeoliveirasz.blogspot.com

Bjuh!

Unknown disse...

Eh incrivel como voce consegue transmitir tudo ( ou pelo menos uma parte) do que voce sente através das palavras..
Eh impossivel nao se emocionar como o que voce escreveu, e bom saber da maneira carinhosa com a qual voce lembra dele.
Te amo amiga, beeeijo ♥

Dhe Cruz + Laís Rios disse...

é impossivel nao se emocionar +1. ainda mais quando se conhece de perto o sentimento, porque o que se tem é muito parecido. amores filiais, são para sempre mesmo que o sempre não exista, clichê, mas é a pura verdade.